Ahhh…. os nossos “amados” vizinhos… Como diz um amigo meu: “vizinho e sogra deveriam nascer mortos!!! Só de saber que ele é meu vizinho já tenho raiva”. Vizinhos na maioria dos casos não servem para nada e só nos dão dor de cabeça, irritação e mau humor. Para mim, a primeira providência que tomo quando vou me mudar para algum lugar, comprar um imóvel, montar um escritório, é olhar as vagas de garagem (se são espaçosas o suficiente para acomodar confortavelmente os meus carros) e principalmente me informar sobre o histórico dos vizinhos. Se existe alguém neurótico, alguma velhinha fofoqueira que toma conta de vida de todo mundo, se existe algum músico baterista, algum torcedor de time de futebol fanático, ou algum pagodeiro que gosta de dar festas no final de semana e chamar os parentes que moram lá no morro.
É por isso que insisto e repito em dizer que a melhor invenção tranquilizadora dos últimos tempos foi o iPod e o aparelho de ar condicionado. Mesmo em situações difíceis com os vizinhos, coloco a música no iPod no último volume, fecho a janela e ligo o ar. Perfeito. O ideal em se tratando de isolamento e paz.
Há vários tipos de vizinhos, mas existem aqueles típicos vizinhos que são os folgados. Em todo prédio tem um. Eu tinha um vizinho, no prédio em que morava com meus pais, que é o caso clássico.
O cara gostava de carros, e o pior, de carros antigos!! Por isso achava que a garagem do prédio era a oficina dele. Virava e mexia, quando alguém queria sair ou entrar na garagem, tinha que esperar o folgado recolher as ferramentas e tirar o carro do meio da garagem. Pior ainda, o cara tinha o desplante de ter um armário cheio de peças e ferramentas na garagem do prédio! Imagine se cada vizinho resolvesse ter um armário na área comum do prédio, como seria? Alguém aí já lavou o carro na garagem do prédio? Encerou? Pois é. Ele lavava, ele encerava, ele desmontava e montava aquelas quinquilharias velhas.
O que você faria nessa situação? Reclamar com o síndico? Excelente idéia, se o síndico não fosse o pai do transgressor! Prédio pequeno é fogo! Se o Leo não fosse meu amigo de infância eu matava… Mas, como hoje sou até padrinho de casamento dele, não poderia fazer isso. Deixar a Luiza, esposa dele viúva, coitada… Aliás, coitada dela, que agora deve estar vivendo no meio de um monte de ferramentas e peças de Maverick… e no meio da graxa daquele motor V8. Haja amor!! E coitados dos novos vizinhos!!!!
E tem prédio que é o contrário. Perto de alguns síndicos, Hitler era um bebezinho indefeso. Tem aqueles prédios onde você não pode nem peidar alto, que logo o interfone toca, com alguém reclamando do barulho. Pior são aquelas síndicas aposentadas, que não têm absolutamente nada o que fazer, a não ser atormentar a vida dos pobres condôminos. Ficam fiscalizando e controlando a vida de todos, sabem exatamente a hora em que cada um sai pra trabalhar, chega em casa, o que cada um faz da vida, e ficam especulando os amigos e as visitas de cada apartamento.
Tem aquele vizinho que não assina o jornal, mas não abre mão da leitura matinal do domingo, mesmo que seja do periódico alheio. Isso sem contar nas revistas. Quando chegava para pegá-las, ou a embalagem estava violada ou a revista ainda não estava lá porque provavelmente meu “querido” vizinho não tinha acabado de ler e não tinha tido tempo de devolver.
Tem também o vizinho fanático por futebol, que faz questão de colocar a TV no último volume, e gritar até ficar rouco, quando sai um gol. Não se contentando em fazer isso dentro do seu apartamento, ele insiste em colocar a cabeça pra fora da janela e externar seu contentamento ou humilhar o torcedor do prédio vizinho, com gritos e foguetes. Isso quando o foguete não explode na janela do seu andar. Fanatismo de qualquer gênero é uma @#$%¨& mas o fanático por futebol é o mais repugnante de todos. Ele invade o seu lar com aqueles gritos, xingamentos e o hino do time dele como se eu fosse obrigado a gostar daquilo. Uma pura falta de bom senso e respeito ao próximo. Esse tipo de gente deveria ser banida e segregada por não saberem viver em sociedade.
Tem também o vizinho que acha que o apartamento dele é uma balada, e insiste em comemorar qualquer data festiva nele. Ainda se fosse uma sexta ou um sábado… dentro de uma razoabilidade ainda passava. Mas em plena terça-feira como fazia uma vizinha que tive em outro prédio? Impossível de aguentar. Imaginem que o apartamento era 1 por andar, daqueles prédios antigos feitos apenas de concreto e tijolos e ela conseguia além de colocar umas 50 pessoas para dentro do apartamento, ainda contratava equipe de som e DJ. Me sentia quase como no terremoto no Japão. Os pilares e as paredes do prédio tremiam… chegava a ser assustador. Eu morava no andar de acima dela e o Leo (o meu amigo folgado do Maverick) morava no andar abaixo dela. Se no meu apartamento as paredes tremiam, imaginem na casa dele… o teto, os lustres e os quadros da mãe dele ficavam balançando. Esse tipo de gente só para quando a polícia chega, e ainda reclama que os outros é que são chatos, como se as pessoas não tivessem o direito de dormir. Já que ele quer que todo mundo ouça o som dele, podia dividir também a bebida e as mulheres, não acham??
Falando em música alta, me recordo também quando morava na ilha maravilhosa de Florianópolis – Santa Catarina, nos meus tempos de advocacia, que muito embora o visual da janela da sala do meu apartamento fosse a Av. Beira Mar, do outro lado do prédio, ou seja, do lado das janelas do quarto, elas ficavam viradas para o chamado Morro da Cruz. E pensem que no domingo logo de manhã, os meus “educados” vizinhos do Morro já ligavam a churrasqueira e aquela caixa de som no último volume com o pagodão!!! Ainda bem que não podia comprar um saco de granadas no supermercado, porque senão, com certeza haveria uma pequena explosão naquele Morro.
É por isso que quando me mudei para Rio Branco fiz questão de morar em uma casa grande com muros altos e o mais distante possível dos meus vizinhos. Para que não tivesse qualquer tipo de perturbação. 50 metros me separam do meu quarto até o muro da frente da minha casa onde passam os carros e tem a rua do condomínio, atrás de mim existe um muro de concreto de sei lá quantos metros de altura que me separam de uma pequena rodovia, do lado direito da minha casa meus vizinhos são as árvores e um belo lago, e do lado esquerdo tenho um vizinho super educado. Sei que ele tem mulher e filhos mas nunca escutei um “piu” sequer das crianças e nunca percebi sinais de festas espalhafatosas. Com relação a vizinhos no Acre encontrei o lugar ideal para viver.
Estava conversando um dia desses de noite pelo msn com a Carol que trabalha na MN11 SP (ela que me sugere muitos temas das minhas crônicas, por exemplo, essa falando dos vizinhos foi idéia dela) e discutindo um pouco sobre os mais diversos tipos de vizinhos, ela me disse que os vizinhos dos fundos da casa dela eram perfeitos, não faziam barulho e nunca reclamavam de nada. Indaguei-a rapidamente quem eram esses alienígenas. Aí rapidamente ela sorriu e respondeu que o vizinho do fundo era um cemitério. Ela me disse, esses daí são uma maravilha… não incomodam em nada… já estão mortos mesmo…
Um ótimo domingo e um excelente início de semana a todos vocês!!!
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