CINEMA: UMA DIVERSÃO EM EXTINÇÃO? …………………………………………………………………………

(Foto do quadro que tenho na minha sala na MN11 São Paulo chamado “FILM FESTIVAL” – 2001 de Sonia Menna Barreto)

Outro dia conversando com as pessoas da MN11 São Paulo me perguntaram quanto tempo fazia que eu não parava para assistir um filme ou mesmo ir a um cinema. Respondi… já faz um bom tempo… que vontade. Pois é. Trabalho, avião, viagem, mala, palestras, reuniões e muitos compromissos me impediram ultimamente de acompanhar o que vem passando na telinha ou na telona do cinema. No entanto, inúmeros me perguntaram porque eu não tirava um tempo no final de semana em Rio Branco para ir ao cinema, já que aqui eu supostamente não teria que enfrentar filas nos estacionamentos dos shoppings, filas para comprar ingressos e etc. O detalhe é que tenho sempre uma desculpa para não ir ao cinema em Rio Branco. A verdade se resume no meu puro preconceito de dizer que aqui só tem uma sala de cinema e que não é Cinemark nem Kinoplex. Mas confesso que por esses dias irei ao Cine João Paulo conhecer a sala de cinema.

Pensando exatamente em melhorar minha qualidade de vida pelo menos quando estou na capital acreana, é que me fez parar para pensar um pouco sobre o cinema. Seja a sala de cinema que for, ela tem o poder de nos encantar, desde a primeira sessão dos irmãos Lumière, quando o publico saiu correndo ao ver a locomotiva avançando em sua direção, isto porque o filme era mudo e em preto e branco, que o cinema é dotado dessa magia, desse poder de ilusionismo.

Assim sendo, me questionei se mesmo com a popularização do DVD, do Blue Ray, dos Home Teathers, das maravilhosas TV’s de 60, 100 polegadas de Plasma, de Led, por que o cinema ainda prevalecia. Por que, com tanta facilidade para alugar, comprar, ou mesmo baixar filmes de graça na internet, tanta gente ainda sai de casa, enfrenta o trânsito e troca o conforto do sofá pelas filas e bancos individuais do cinema?

Vamos fazer uma retrospectiva: Quando foi a última vez que você foi ao cinema? Eu, pelo menos, passei grande parte da minha infância e adolescência em frente às telonas. Quando era criança, lá pelos anos 80, lembro que ir ao cinema com meus pais era um acontecimento! Geralmente, pelo menos em São Paulo, o cinema era no shopping e não existiam tantos como hoje. Nessa época, a produção nacional ainda engatinhava e era composta, na maioria, de pornochanchadas. Então, nada mais natural do que lembrar mais dos filmes internacionais, principalmente americanos. Lembro da emoção de assistir filmes como De volta para o Futuro, onde depois de toda a trama louca do filme, das idas e vindas de 1985 para 1955, ao invés de aparecer “THE END”, como nos outros tantos filmes, aparecer ”TO BE CONTINUED… “ Lembro de como isso aguçou minha curiosidade e fiquei ansioso pelo 2º. Filme. Consequentemente, é claro que torrei a paciência de meu pai e não sosseguei enquanto não fui assistir imediatamente depois que foi lançado, e o terceiro na sequência!! Da mesma forma Indiana Jones, enfrentando todo tipo de perigos, até nazistas com um chicote e uma pistola (e o chapéu nunca caía…)!! Que legal era aquilo pra mim, aos meus oito ou nove anos!  Os caras sabiam fazer filme!! E quem não assistiu a saga do lutador Rocky Balboa, em Rocky I, II, III, X, XX…???

Nos anos 90, minha adolescência, não saía do cinema do Shopping Eldorado. Era um dos melhores de São Paulo na época! Aliás, o Shopping era um “point” na época, tinha até uma balada lá dentro! Perdi a conta de quantas vezes saí do cinema e fui no JIGs Bar, tocar piano sem pedir permissão e atormentar a vida do pobre garçom, apelidado carinhosamente de “Cenoura” por causa de seu nariz vermelho e comprido! Lembro de assistir a Jurassic Park I e II, Velocidade Máxima, com a Sandra Bullock e o Keanu Reeves, dos filmes de luta do Van Damme e do Stallone. Veio Matrix em 1999 e seus gráficos mudaram totalmente a idéia que tínhamos do que eram efeitos visuais! Velozes e Furiosos chegou em seguida e criou uma cultura de carros “tunning” (de gosto duvidoso eu diria), mudando o comportamento de muitos jovens. Não dá pra negar que o cinema tem uma grande influência no comportamento das pessoas, principalmente dos jovens, geração por geração. Quantos de nossos pais e pessoas da idade deles fumam ou fumavam por ter visto Clark Gable, Paul Newman, Clint Eastwood, Elizabeth Taylor e outros galãs e mocinhas de Hollywood fumando na grande tela? Elvis, James Dean, Marylin Monroe…quantas gerações foram e ainda são influenciados por eles?
Saindo um pouco do Shopping, o que dizer dos “Drive–ins” (estou falando dos de antigamente, não os motéis sem cama de hoje em dia) então? Que época boa deve ter sido essa, poder namorar dentro do carro, vendo filme, sem se preocupar com assaltos e não precisar nem sair pra buscar o lanche ou a pipoca…

Nos dias de hoje, felizmente temos uma epidemia de ótimos filmes nacionais, desde a época de Central do Brasil, que vem fazendo o brasileiro tirar a bunda do sofá da sala e ir ao cinema, o que acho fantástico! Afinal o brasileiro é um dos povos mais criativos e com uma das culturas mais diversificadas do mundo. Por que não expressar isso nas telas??

É por tudo isso que, na minha opinião, que o cinema nunca vai acabar.

Além de levar o espectador para um mundo de fantasia, onde tudo é possível (como diria Albert Einstein: Se pode ser pensado, pode ser feito) de fazê-lo sonhar, se inspirar, esquecer um pouco o dia a dia, viver através do personagem uma vida cheia de aventura, romance, amor, além de tudo isso, o cinema satisfaz uma necessidade básica do ser humano: a de se socializar com outras pessoas, sair de casa, ver gente e sentir aquele gostinho de novidade, de estar vendo antes, que só o velho cinema pode proporcionar!

Um ótimo domingo e um excelente início de semana a todos vocês!!!

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