Me emocionei. Estava no restaurante da Rua Padre João Manoel no bairro dos Jardins em São Paulo almoçando a minha feijuca de todos os sábados. Já é tradição. Praticamente uma lei. Esse rito se repete há mais de 10 anos. Sempre quando estou na capital paulista almoço com meu pai e meus amigos do peito nesse local. Não é um restaurante requintado. Mas a comida é farta, excelente. Nos sentimos em casa. Os donos, os garçons, todo mundo nos conhece e já nos aguarda com a mesa de número 7 reservada.
O último sábado não foi exceção. Estávamos todos em uma apoteose gastronômica, rodeados por inúmeros petiscos que não paravam nunca de chegar, torresminhos, pasteizinhos, bolinhos de bacalhau, kibes, polpetones, picanha fatiada na chapa, omelete, berinjela à parmegiana, e o superlativo do que a imaginação pode alcançar no que se refere a MUITA feijoada com tudo que vocês conseguiriam e não conseguem acreditar.
Meu pai e meus amigos foram se servir no buffet. Mas preferi ficar, para tomar conta das carteiras, celulares, e bebericar minha caipirinha saboreando um pastelzinho de queijo derretido.
Era mais um dos meus sábados agradabilíssimos, envolto por pessoas que amo, e é claro, comendo e bebendo. Situação essa, que não poderia ser classificada como ruim, não é mesmo?
Entretanto, esse sábado para mim foi especial. Aconteceu algo diferente. Presenciei uma cena que me emocionou. Da nossa mesa cativa, a de número 7 como já dito a vocês, que fica localizada perto do bar do restaurante, onde os garçons passam a todo o momento para pegar as bebidas a serem servidas nas mesas, houve um momento de quietude, de silêncio, apenas ouvia o zunido das outras mesas, pessoas falando, barulho de talheres, pratos e copos. Foi nesse instante, com o copo de caipirinha nas mãos que escutei o assovio de uma música. Uma canção conhecida. Tentava identificar de onde vinha aquele som. Tentava identificar qual era a música.
Olhei para um lado, olhei para o outro, e descobri que aquele som vinha do lado de dentro do balcão do bar. Era o bar man que preparava os drinks, com a expressão de felicidade estampada no rosto assoviando a música “O Portão” composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Assoviava com uma afinação que nunca havia presenciado outro anteriormente. Era algo maravilhoso. Tentava me recordar da letra da música. Por uma fração de tempo cantarolei dentro de mim mesmo: “Eu cheguei em frente ao portão, meu cachorro me sorriu latindo, minhas malas coloquei no chão, eu voltei!!! Tudo estava igual, como era antes, quase nada se modificou, acho que só eu mesmo mudei, e voltei…”. Para alguns, pode parecer piegas. Mas naquele instante, mais uma vez digo: me emocionei! Em questão de segundos pensei em minha vida, nos últimos momentos presenciados, nas últimas paixões, nas últimas conquistas, nas últimas decepções. Refleti. Revivi momentos passados bem ali ao som daquele assovio, daquela canção, da letra daquela música. Talvez um pouco de saudosismo? Uma pitada de desânimo? Um compasso composto por uma semibreve chamada saudades? Não sei. Mas foi um momento acalentador, aconchegante, acho que por um minuto conversei com minha alma. Pensei nas mudanças que ocorreram tão rapidamente no decurso de minha vida. O direcionamento no qual conduzi meu trajeto nos últimos tempos. Em alguns valores e sentimentos que se sacramentaram dentro de mim. Mudanças…
Acredito que devam estar se perguntando como pude pensar tantas coisas em tão pouco tempo. Tudo isso por causa de um assovio? A resposta é sim. Pensei tudo isso e em muito mais coisas, a mente humana é assim, recebemos a dádiva da máquina cerebral, nos foi dado essa ferramenta, essa arma, como queiram chamar, e como acredito que a vida é feita de momentos vividos, sentidos, chorados, risonhos, resolvi registrar esse meu momento particular com vocês. Às vezes nos faz bem termos esses insights frente à rotina semanal frenética e descontrolada a que estamos mergulhados e submetidos. Em determinados momentos é necessário olhar para o céu, para as árvores, para os animais, para as crianças, para os idosos, escutar uma boa música, ler um bom livro, e se emocionar. Convido a todos a entrarem nessa semana que se inicia mais atentos, ou quem sabe, mais desatentos, mas com o coração e alma abertos para se deixarem emocionar com qualquer situação, objeto ou assunto por mais irrelevante que possa parecer, e tentarem sentir a vocês mesmos por um tempo, por um minuto, por um segundo reservado com o seu nome gravado. Um momento sensorial particular interno individual de cada um. Isso é bom. Agracia a alma, é uma contribuição para você e uma homenagem à vida.
LOUNGE NK7
Como habitualmente costumo fazer nesse espaço só nosso, íntimo e particular, todas as semanas presto uma homenagem a alguém ou a uma empresa, procuro trazer novidades do mundo empresarial de Rio Branco, de novas ações empreendedoras e que tragam de certa forma alguma contribuição a vocês como notícia, informação, cultura e etc.
Contudo, em face da linha mais introspectiva e reflexiva proposta essa semana deixando um pouco de lado os comentários e conceitos pertencentes à área de web design, publicidade e propaganda, peço escusas ao leitor que tem nos acompanhado no último mês pelo fato de não ter tratado do Web Site Funcional x Web Site Design, mas na próxima semana retomaremos os temas.
Nessa semana impossível não comentar e agradecer a confiança e credibilidade que nos foi depositada por toda a equipe do O Rio Branco.Net no projeto de reestruturação de seu portal. A NK7 se ORGULHA de assinar o web site desse conglomerado de informações, notícias, entretenimento, esportes e etc. com sua magnitude e representatividade no Estado do Acre para o Brasil. www.oriobranco.net
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