UMA VIAGEM DE CARRO PARA FLORIPA …………………………………………………………………………

Tendo em vista minha crônica do último domingo que acredito ter sido uma reflexão e um olhar um tanto pessimista da vida, e como não podemos fazer nada para mudá-la em seu sentido geral, e precisamos encontrar a forma ou fórmula, menos tortuosa de passar pela Vida, então procuremos vivê-la preenchendo-a com os pequenos momentos de alegria e felicidade que o destino nos proporciona, não é mesmo?

Sabemos que o ser humano não nasceu para viver sozinho, afinal de contas, qual a graça de se viver só se não há ninguém para testemunhar nossas vidas? Acredito que para que esses momentos de alegria aconteçam e tenham sua devida importância dentro de nós, é preciso que tenhamos pessoas que amemos e que sejamos igualmente amados por elas, e, isso só ocorre quando temos uma Família com “F” maiúsculo e Amigos com “A” maiúsculo. É claro que mesmo dentro de uma família, apesar do grau de parentesco, temos aqueles que somos mais próximos e outros mais distantes. Se uma pessoa passar pela vida e conseguir enumerar 10 pessoas entre familiares e amigos onde se pode apoiar, confiar e compartilhar de um sentimento de amor mútuo, ela pode se considerar feliz. Como se diz no jargão popular, na vida, nada acontece por acaso e tudo ocorre em seu devido tempo. Existem coisas nas quais acredito que somos guiados por algo superior que faz com que esbarremos com determinadas pessoas ao longo da vida. É algo que penso que já estava escrito há milênios. Contudo, conhecemos e encontramos inúmeros seres ao longo do tempo que fazem parte e tem sua devida importância em cada fase da estrada da vida, no entanto, existem outras, que são presentes por toda a eternidade. Há um tipo de conexão inexplicável como se as conhecêssemos de outros tempos. Esse é o caso do Leo, do Gu e do Zé, que carinhosamente costumamos nos intitular de amigos – irmãos.

Mas, hoje, quero falar do Leo. Amigo do peito. Amigo de infância. Amigo para rir e para chorar. O tipo de amigo que às vezes sabe mais de mim do que eu mesmo. Entre nós não há censuras, restrições, desabafamos, aconselhamos e puxamos a orelha um do outro de vez em quando. Mas amigo que é amigo é assim. Aquele com o qual podemos falar de tudo. Aquele que mesmo às vezes fisicamente distante e sem ter a oportunidade de conversar muito, quando se encontram o sentimento é o mesmo como se tivessem passado todos os dias juntos. E assim é minha amizade com o Leo. No decorrer de nossas faculdades para frente, nossas vidas acabaram tomando direções um pouco diferentes e de certa forma ficamos um pouco “distantes”. Os estudos, as obrigações profissionais entre muitas outras coisas fizeram com que passássemos a conversar menos. Não por opção, mas a vida quis assim.

Entretanto, como já disse anteriormente, a amizade realmente verdadeira, não é temporária, sazonal e nem passageira. Não há distância e nem barreiras. E, pouco tempo atrás, nossas vidas, a minha e a do Leo, acabaram convergindo novamente para um encontro de interesses profissionais comuns. Evidentemente, muitas coisas em nossas vidas mudaram nos últimos 7 anos, eu fui morar em Florianópolis, voltei, deixei um pouco a advocacia de lado e abri uma agência de web design, fui morar no Acre, o Leo também de certa forma largou o Direito, foi trabalhar com outra coisa, casou com Luiza, fui padrinho de casamento deles, e agora depois de tanto tempo, apesar de tantas mudanças, a amizade não mudou, permaneceu e prevaleceu aquele mesmo sentimento de quando éramos crianças. Naturalmente estamos mais velhos, mais maduros, com muito mais problemas a serem resolvidos e com muito mais responsabilidades sob nossos ombros, mas a pureza de nossa amizade continua igual.

Enfim, fiz essa introdução gigantesca, para compartilhar com vocês um momento de alegria que vivenciei essa semana com o Leo que há tempos não acontecia. Como já mencionado, estamos trabalhando em alguns projetos juntos e de um deles derivou uma viagem a negócios para Floripa. Lugar esse cheio de boas histórias e grandes recordações para ambos. Tínhamos a possibilidade de viajar de avião, mas decidimos que iríamos de carro. Afinal, os dois gostam muito de dirigir e principalmente de pegar uma estrada. Eu estava cansado da rotina de aeroportos e aviões e as 8 horas de viagem de São Paulo a Florianópolis se mostraram uma grande oportunidade de relaxarmos um pouco, relembrarmos os velhos tempos e colocarmos o papo em dia. Tudo bem que não fomos para Floripa de férias e sim a negócios, tanto é que fomos em um dia e voltamos em outro. Contudo, mesmo sabendo que em nosso destino teríamos que trabalhar, essas 16 horas de viagem de carro de ida e volta me fizeram muito bem. Percebi que apesar da “mediocridade” da vida, ainda existem momentos que fazem com que possamos dizer que a vida vale a pena.

Caros leitores, o que quero compartilhar essa semana com vocês através de minha crônica é o fato de que nos últimos tempos tenho andado bem cansado e desanimado. As pessoas ao meu redor sempre dizendo que preciso de férias, que eu deveria viajar um pouco e me desligar de tudo. Mas, vocês que me acompanham há um certo tempo sabem muito bem que parte de minha rotina é viajar. Portanto, viajar não seria a solução mais apropriada no momento. Sei que sempre viajo a trabalho e estão dizendo que tenho que viajar para me divertir. Entretanto, apesar de ter a consciência de que qualquer viagem a passeio sempre faz bem porque de alguma forma ela acrescenta e agrega informações de novas culturas, novos povos, novos costumes e conhecemos lugares novos, é preciso estar no espírito de viajar. Não é uma simples viagem que irá resolver o problema de ninguém. Não importa se o destino é Nova Iorque, Paris, Londres, Madrid, Montreal ou Roma. Primeiro precisamos trabalhar e estabilizar nosso estado espiritual, ou seja, encontrar o equilíbrio dentro de nós. E, para isso, nada melhor e mais importante do que fazer uma viagem mesmo que a negócios ao lado de uma boa companhia. Às vezes, não é o lugar nem o objetivo da viagem que te faz sentir melhor e sim, um bom papo numa singela viagem de carro ao lado de um verdadeiro e grande amigo.

“Bons Amigos (Machado de Assis)
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!”

Um ótimo domingo e um excelente início de semana a todos vocês!!!

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