Cafezinho com uma Pitada de Nespresso …………………………………………………………………………

Muitos dizem que os encontros gastronômicos são as maiores desculpas para as pessoas se cruzarem, conversarem, interagirem, darem risada, fazerem reuniões de negócios e até mesmo para namorar. Convenhamos que não é mentira. Sempre quando combinamos algo com amigos e principalmente programas familiares nos finais de semanas estão inclusas atividades que envolvem o verbo comer e por consequência beber. Seja um almoço, um jantar, um “happy hour”, um barzinho. Tudo é comida e bebida. Mas seja lá o que for, o almoço de domingo na casa da tia, a feijoada com os amigos aos sábados, o jantar com a namorada, existe sempre um elemento que não falta, o cafezinho.

Até que enfim, consegui achar alguma coisa que nosso país pode ser lembrado que não seja o carnaval e o futebol. O Brasil pode ser lembrado por sua bela produção de café, por continuar sendo até hoje o maior produtor mundial de café. Até um dos melhores cafés do mundo (na minha opinião) o produzido pela suíça Nespresso da Nestle utiliza nossos grãos para compor alguns dos seus 12 blends. Como a maioria deve saber, na década de 80 o café era a segunda mercadoria mais negociada no mundo por valor monetário, perdendo apenas para o petróleo. Em 2003 o café foi o sétimo produto agrícola de exportação mais importante em termos de valor, atrás apenas de culturas como o trigo, milho e soja. O Estado de Minas Gerais é o Estado com maior produção de café do Brasil.

O cafezinho, portanto, já se tornou, digamos, uma ferramenta de interação social, além dos benefícios que comprovadamente faz à saúde se consumido na medida certa. Existem até teses acadêmicas intituladas como “Justificativas e motivações do consumo e não consumo do café” onde os resultados encontrados por Aline Cristina Arruda, Valéria Paula Rodrigues Minim, Marco Aurélio Marques Ferreira, Luis Antonio Minim, Neuza Maria da Silva e Claudio Furtado Soares revelaram que a bebida é consumida por uma parcela heterogênea e que corresponde à maioria da população. em geral, os consumidores associam o consumo do café ao hábito, prazer, família, amizade e trabalho. Isso indica as motivações para o seu consumo reflete o significado social da bebida quer no âmbito doméstico, trabalho ou no círculo de amizade e que este significado está fortemente associado aos hábitos e costumes da sociedade brasileira. observou-se a necessidade de expansão deste mercado entre os jovens.

Além disso, quebrou-se o tabu de que o café faz mal à saúde. Muito pelo contrário, segundo pesquisas, se consumidas até 4 xícaras de café por dia, o café torna o cérebro mais atento e capaz de suas atividades intelectuais, diminui a incidência de apatia e depressão e estimula a memória, atenção e concentração e, portanto, melhora a atividade intelectual, sendo adequado para todas as idades, inclusive para crianças e adolescentes.

Enfim, caros leitores, como sempre, após essa “breve” introdução, o que quero dizer essa semana é sobre a febre dos cafés Nespresso. Não recebo nada para fazer propaganda da Nespresso, muito pelo contrário, estou longe de ser um George Clooney. Mas, há tempos, há meses estou para escrever algo sobre cafés, especificamente sobre esse vírus chamado Nespresso que dominou o mundo e o Brasil. Guardadas as devidas proporções, acredito que a invenção dos cafés Nespresso foi maior que o da Coca-Cola. No mercado europeu as cápsulas de café movimentam cerca de US$ 17 bilhões anuais.

Também sei que existem o chamado “diamante dos cafés” que é aquele tido como o mais saboroso e raro do mundo que é colhido das fezes de um animal. O Kopi Luwak ou Café Civeta proveniente da Indonésia. O animal, chamado civeta e com aparência que lembra uma doninha, faz o que as melhores tecnologias de produção de café fazem, com um diferencial: separa o grão da polpa dentro do corpo adicionando substâncias excepcionais. O civeta colhe minuciosamente os frutos mais doces e coloridos do café. Depois de engoli-los, os frutos permanecem no sistema digestório do animal, onde bactérias específicas fermentam a polpa, unidas à ação de enzimas digestivas. Ao defecar, os grãos saem intactos, porém acrescidos de características inigualáveis. É então que entra a mão do homem, literalmente recolhendo das fezes do civeta os grãos de café. Segundo relatos, o café preparado com o Kopi Luwak tem aroma intensamente agradável e sabor parecido com o de chocolate. São produzidos apenas 230 quilos por ano. Dizem ser o mais saboroso e raro do mundo e obviamente o mais caro. O quilo sai por cerca de R$ 1.500.

No entanto, pelo menos para mim, depois da Nespresso, o café deixou de ser apenas um hábito, um motivo para encontrar os amigos ou para encerrar um almoço. Um café da Nespresso se tornou um verdadeiro símbolo de prazer. Um momento para se parar o que se está fazendo e apreciar cada gole de um “gran cru” que sai daquela máquina na temperatura exata, com aquele aroma maravilhoso e cremosidade indescritível. A Nespresso conseguiu ultrapassar o conceito do cafezinho. Se fosse para comparar a perfeição dos cafés Nespresso compararia com a perfeição do maquinário dos relógios Rolex.

No início, parecia que a Nespresso era mais uma moda, um item de luxo. Mais uma máquina de café expresso de luxo, no entanto, portátil, que aqueles um pouco mais abonados poderiam ter em suas casas, em seus escritórios e até carrega-las em viagens. Eu mesmo fui um dos que critiquei a Nespresso quando inaugurou sua primeira boutique no Brasil na Rua Padre João Manuel no Bairro Jardins em São Paulo. Comentei com alguns amigos: “Olha lá… essa maquininha de café é engana trouxa… o preço dela é acessível mas depois você fica preso nas cápsulas de café deles que custam uma fortuna. Não enfiam a faca na máquina, mas te prendem nas capsulas de café…”.

Pois é. Aqui estou eu. O trouxa de outrora. Dono de duas máquinas de Nespresso. Viciado nessas capsulas com preços de ouro. E “sócio” da Nespresso Club. Há aproximadamente 2 anos e meio atrás quando entrei pela primeira vez na loja para conhecer a tão famosa máquina suíça confesso que fiquei impressionado. Aquilo não parecia uma loja de café. Estava mais para uma boutique de roupas das “Champs Élysées” em Paris do que um lugar que se vendia cafés. Vendedores de ternos, cafés e máquinas expostas como se fossem jóias. Realmente incrível. Digno de uma marca Suíça. Delicadamente uma moça se aproximou de mim e perguntou se eu gostaria de provar um dos “gran crus” da Nespresso. Pronto. Não precisava de boutique, de todo aquele luxo, de nada. O café falou por si só. Saí de lá com uma máquina de café e um Kit de Boas Vindas com 540 cafés. Chícaras de porcelana Portuguesa e etc. Tudo para fazer valer esse momento de prazer.

Hoje a Nespresso acumula 20 bilhões de cápsulas vendidas em 1 década, está presente nos melhores restaurantes do Brasil e do mundo. E conta com milhões de aficionados e fãs de seus cafés como eu. O mero cafezinho de 50 anos atrás que era e continua sendo consumido como um hábito e costume, conseguiu ultrapassar essa barreira de ser uma bebida comum para alcançar o status de uma bebida nobre e exclusiva.

Um ótimo domingo e um excelente início de semana a todos vocês!!!

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