Aberto o Processo Seletivo 2011 da MN11 Web Design São Paulo. Pois é. Mais um ano que entra e mais um processo seletivo de minha agência aberto para captar novos talentos e mentes criativas para fazerem parte de nossa equipe, de nossa família, ou ainda, como brincamos internamente, novos recrutas para o nosso batalhão. Nesse primeiro semestre de 2011 estamos abrindo vagas para o segmento da MN11 de Web Design. Bom, no mínimo vocês devem estar pensando, tá… e daí? O que tem isso demais? Novas pessoas são contratadas e despedidas todos os dias e a cada volta completa do ponteiro em nossos relógios alguém pede as contas… Até aí tudo bem. Eu também sei disso. O que na verdade eu quero lhes contar, ou melhor, desabafar essa semana, é sobre a dificuldade que temos de captar profissionais capacitados no mercado, sem levar em consideração as figuras e situações bizarras que surgem todos os dias quando estamos com o processo seletivo da empresa aberto.
Como eu me referi no parágrafo acima, buscamos obviamente por profissionais capacitados. Mas observem que falei em capacitados em sua forma genérica. Sem maiores e mais complexas exigências. Apenas tentamos encontrar um equilíbrio, um ponto neutro que estejam abrangidos conhecimento técnico, criatividade e principalmente comprometimento. Em nenhum momento fiz menção à idade, sexo, altura, peso, corte de cabelo, vestuário, raça, credo, bairro onde mora, se é casado, se tem filhos, se mora sozinho ou com a família, se fuma, bebe, usa drogas, se é caolho, manco, se o profissional vai combinar com a decoração de minha agência ou mesmo se tem os mesmos hobbies que os meus. Apenas exigimos o conhecimento técnico necessário e que a pessoa seja um ser humano mediano e dotado de bom senso no dia-a-dia.
Contudo, não é isso que ocorre. A começar pelas centenas de currículos esdrúxulos que recebemos diariamente. Tudo bem, vocês vão dizer que como sempre eu estou exagerando. Talvez. Mas permita-me citar apenas 1 exemplo de um currículo que tive a infelicidade de ler ontem e razão pela qual me fez parar para escrever sobre o processo seletivo essa semana. Olhei a lista de candidatos inscritos para as vagas e como curioso que sou resolvi clicar para ver um currículo de uma moça cujo nome era diferente e estranho. Nunca tinha ouvido um nome daqueles. Pensei, acho que vou dar uma olhada no que o pessoal está nos enviando, como anda a qualificação dos profissionais que estão no mercado. E, sendo assim, seguindo o meu método completamente sem critério de amostragem, escolhi a menina com o nome diferente. Caros leitores, lembrem-se que as vagas disponibilizadas nessa oportunidade pela minha agência era em WEB DESIGN e com vagas em suas mais diversas ramificações as quais não entrarei aqui em explanações de quesitos técnicos. Mas, enfim, quero frisar mais uma vez: vaga em web design. Ótimo, penso eu que as pessoas que nos enviam currículos sabem pelo menos ler não é mesmo? Todavia no conceito de saber ler parece que estão esquecendo da parte de que dentro do saber ler está subentendido o fato do compreender, interpretar, transformar as palavras em algo que faça sentido. Tudo bem, sem mais delongas, quando abri o currículo da menina com nome estranho, passei os olhos pelos dados cadastrais, etc. e fui direto para a parte que me interessava, ou seja, a sua formação. E, sabem o que estava escrito prezados leitores??? “Formação: Técnica em Enfermagem Geriátrica”. ENFERMAGEM GERIÁTRICA????????????????????????? Quando acabei de ler, minha gastrite se transformou em uma úlcera. Logo pensei que só poderia ser um trote, a moça deveria ter se enganado e por isso tentei relaxar. Entretanto, logo em seguida, constatei que a moça não havia se enganado e que não se tratava de trote. Se tratava de uma Sacanagem!!! Lá no final do currículo estava escrito assim: “Conhecimentos básicos em informática: Word, Power Point, Excel e Outlook” e com a seguinte mensagem ao final: “Primeiramente gostaria de agradecer a essa conceituada empresa pela eventual oportunidade de passar por seu processo seletivo. Sou uma pessoa comunicativa, pró-ativa, e adoraria fazer parte da equipe dessa renomada empresa pois adoro mexer em site”. Não preciso nem comentar da minha taquicardia quando li isso tudo né?
Essa foi apenas uma pequena amostra do que recebemos todos os dias na MN11. Agora eu entendo porque quando na época de processos seletivos o Marcelo e Márcia que são os responsáveis pelo processo seletivo da MN11 ficam tão revoltados com as pessoas e me dizem que não encontram ninguém capacitado. E eu sempre perguntava: Márcia, como você não marcou nem sequer uma entrevista? Ontem eu passei os olhos no nosso banco de dados de currículos cadastrados e vi que haviam mais de 100 novos currículos em apenas 2 dias… é impossível que você não tenha encontrado ao menos um ser ali que lhe gerasse a curiosidade de entrevistar… e a resposta era sempre NÃO. Hoje eu entendo o drama que eles passam. Fiquei imaginando que para chegar na ultima fase do processo seletivo que é a entrevista comigo e eles conseguirem fazer com que sobrem 7, 5 ou 3 candidato é uma façanha!!! Ainda, por luxo, sempre reclamei dos candidatos que eles escolhiam dizendo que não sobrava metade de um para aproveitar. E eles me respondiam desanimados: “Isso foi o que de menos pior nós encontramos, se fosse para levar a ferro e fogo você não teria ninguém para entrevistar”.
Ok. No mínimo vocês devem estar pensando que eu devo pagar muito mal não é mesmo? Pois muito pelo contrário, tentamos oferecer o melhor salário possível para justamente conseguirmos reunir os melhores profissionais e que esses melhores trabalhem sempre motivados e felizes em um ambiente de trabalho saudável e agradável. Imaginem que na MN11 São Paulo temos até uma sala chamada “RELAX” para o pessoal dar uma relaxada depois do almoço, espairecer um pouco, tirar um cochilo, ver um pouco de TV, jogar videogame e depois retornar ao processo de criação nós criamos.
Portanto, o que pretendo com minha crônica dessa semana, é fazer um desabafo aqui com vocês, de que o Brasil não tem problema de desemprego. O problema do Brasil é a falta de capacitação e competência do povo. Quando não é isso, é a vagabundice do brasileiro. Acreditam que no processo seletivo do 2º semestre do ano passado um moço foi escolhido para a vaga. A Martha do RH da MN11 entrou em contato dizendo que ele havia sido aprovado e passou a lista de documentos que o cidadão teria que trazer na segunda-feira subsequente, e sabe o que aconteceu? O cara simplesmente não apareceu para trabalhar e nem sequer se deu o trabalho de dar uma satisfação. A Martha por volta do horário do almoço ligou para o cidadão para saber se havia acontecido algum problema e ele com a maior cara de pau disse: “Olha, eu mudei de idéia, não vou ficar com a vaga não… o escritório de vocês é muito longe da minha casa, será muito desgastante para mim”. Enfim, o cara estava desempregado, iria ganhar o salário que ELE pediu e simplesmente desistiu da vaga porque era longe da casa dele. Leitores, o bairro em que ele morava de fato era relativamente longe, mas o cidadão só precisava pegar um metrô, uma condução apenas, e nem teria que fazer baldeação, ou seja, trocar de trem.
É isso que me revolta todos os dias. Estamos sempre oferecendo oportunidades de trabalho, estamos afoitos por contratar novas mentes criativas todos os dias, queremos gastar e pagar sempre pela formação e evolução dos nossos profissionais, mas parece, que a ignorância, incompetência, incapacitação, vagabundice, burrice, falta de bom senso, imperam e estão acima de qualquer boa vaga de emprego. Concluo, assim, guardadas as devidas exceções, que no Brasil não há falta de oportunidades de trabalho. O Brasil está lotado de vagas para bons profissionais. Quem é verdadeiramente bom no que faz e não tem medo de trabalhar nunca vai enfrentar o desemprego na vida. Avalio que 80% dos desempregados que preenchem essa estatística no Brasil é composta por grandes vagabundos e incompetentes pretensiosos dotados de farta ignorância que querem ganhar muito e trabalhar pouco.
Um ótimo domingo e um excelente início de semana a todos vocês!!!
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