O PRIMEIRO CLIENTE A COMPRAR O NOVO IPAD …………………………………………………………………………

Novo IpadNão tenho muito a escrever essa semana. Incrível como a vida e o mundo estão ficando cada vez mais sem cor, sem brilho.

Vivemos a mesmice. Notícias escandalosas sobre política, celebridades, último capítulo de novelas e nada mais. Ando inclusive sem assunto para falar no meu Canal no YouTube (www.youtube.com/user/preprograma). Confesso à vocês que me esforço, leio notícias em jornais, revistas, portais na Internet, mas sempre aquela chatice, contada por pessoas cada vez mais chatas. E, diante desse dilema, caros leitores, a tal “falta de assunto”, apenas uma me chamou a atenção e me fez parar para tentar entender o comportamento humano.

Nessa semana que passou, foi lançado o novo ou a nova versão do tão famoso tablet da Apple o Ipad, que na verdade não é nem sequer um iPad 3, mas apenas um novo iPad. Daí, surgiram diversas notícias na Internet e inclusive na TV falando sobre o lançamento. Bom, noticiar sobre o lançamento de alguma coisa como o próprio nome diz é notícia, mas, ficar contando e mostrando as filas intermináveis que pessoas sem noção fazem para serem os primeiros a comprar alguma coisa não me entra na cabeça.

No portal do Terra mostraram a foto do primeiro americano em Nova Iorque que conseguiu comprar o aparelho. Na TV e na Internet e em inúmeros portais mostraram a foto do 1o Brasileiro a comprar o Novo iPad. A “celebridade” se chama David Tarasenko, de 34 anos que adquiriu o tablete na Austrália. Agora eu me pergunto e lanço a pergunta à vocês: Qual o objetivo de ser o 1o ou o 2o ou o 100o cliente a comprar um Novo iPad?

Pelo menos, que eu saiba, o novo iPad não é nenhuma edição limitada que vem numerada e tem uma quantidade limitada de aparelhos. Já foi noticiado a produção de milhões e mais milhões de iPads. Então, qual o sentido de ficar numa fila de madrugada, no frio nova iorquino apenas para ser um dos primeiros a comprar o aparelho? Isso para mim é coisa de gente sem noção ou que não tem mais nada o que fazer na vida.

Eu, por exemplo, sou declaradamente um Apple maníaco, não tenho vergonha de admitir que tenho toda a linha de produtos deles desde um iPod Shuffle até um iMac de 27 polegadas, mas até aí, ficar numa fila interminável apenas para dizer que fui o primeiro brasileiro ou o primeiro infeliz homo sapiens do gênero Macaco a comprar um produto, seja ele qual for, para mim isso é no mínimo ridículo.

Ridículo porque só consigo imaginar uma justificativa para este tipo de atitude. Exibição. Pura e simples exibição. Ter a possibilidade de chegar no trabalho, na escola, na cidade ou o raio que o parta e dizer: “Eu tenhoooo… você não temmm”. O que é no mínimo infantil e uma tremenda pobreza de espírito.

Da mesma forma que ser o primeiro a comprar determinado carro que é lançamento para desfilar na cidade para que todo mundo saiba que você foi um dos primeiros idiotas a comprar um carro que provavelmente apresentará uma porção de defeitos e será corrigido nos próximos lotes, meses, semestres ou anos. Você paga para ser a cobaia do fabricante de carros. Você aponta os defeitos e eles corrigem para o ano seguinte. E, você todo poderoso com o seu lançamento provavelmente pagará mais caro para servir de ratinhos de teste.

Acredito que todos os programas que envolvam filas são literalmente como é dito no jargão popular, “programa de índio”. Paulistas, por exemplo, adoram uma fila, um congestionamento, como dizem por aí, basta um paulista avistar um fila que ele corre pra lá. E não tenho como defender pois essa é a dura realidade. Há uns anos atrás, foi inaugurado um novo Shopping relativamente perto da minha casa, o chamado popularmente como Shopping Bourbon. Pois é. Como todos sabem, paulistanos “não conhecem” shoppings, praticamente nem temos shoppings na cidade de São Paulo não é mesmo? Então, como se isso fosse uma nave espacial vinda de marte, milhares lotaram esse bendito shopping por pelo menos 1 mês. Na primeira semana de inauguração você tinha aproximadamente 2 horas de espera para estacionar o carro e mais 2 horas de espera para conseguir sair do shopping. Isso não soa levemente ridículo e “non sense” para vocês? O que será que teria de tão especial dentro desse shopping assim? Nada. Mas as pessoas parecem que precisam ter dentro delas aquele sentimento de que pelo menos conheceram e estiveram lá. Será que faria alguma diferença na vida de uma pessoa ter conhecido um shopping a mais ou a menos, ter sido o primeiro ou o último a comprar um produto?

Penso que se as pessoas canalizassem esse tipo de energia para serem as primeiras e as melhores em seus trabalhos, profissionalmente, intelectualmente e inclusive como pessoas, como filhos, pais, mães, namorados, namoradas, sobrinhos, sobrinhas, netos e netas aí sim seria válido.

Mas o mundo é assim mesmo né? Anda na contramão, às avessas da corrente normal do universo. Preferem montar uma cabaninha de lona na frente do Estádio de Futebol para comprar ingresso para o seu time do coração do que ler um livro de Machado de Assis.

Um ótimo Domingo e um excelente início de semana a todos vocês!!!

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