Dias se passaram e as Manifestações na Avenida Paulista (entre outras regiões) na cidade de São Paulo perduram com força total. Nossa Constituição Federal preceitua em seu incisos do Artigo 5º o direito a livre manifestação pensamento, sendo vedado o anonimato, assegura ainda que todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido aviso à autoridade competente, ainda que é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar. Mas por outro lado também o mesmo artigo em seus incisos garante a livre locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. Bom, expostas as garantias fundamentais elencadas pela Constituição de nosso País e tendo conhecimento do óbvio, de que as manifestações possuem sua legitimidade e as pessoas que desejam transitar por aquelas vias também tem o direito de se locomover, o que está errado e o que está certo nesse jogo políticos?
Primeiro gostaria de dizer que apesar de legítima essa manifestação, esses estudantes não passam de grandes vagabundos. Se eles estivessem realmente preocupados com sua carreira acadêmica e profissional, com certeza não teriam tempo para serem os baderneiros que acabaram se tornando. Manifestação é juridicamente legal, mas fechar avenidas, depredar patrimônio público, colocar fogo em pneus, e fechar parte da cidade onde não se pode ir nem vir é ilegal, é criminoso é animal. Esses vândalos não passam de massa de manobra de alguns poucos que estão com absoluta certeza tirando proveito dessa situação. E é sobre a acefalia dessa multidão que quero abordar essa semana. Quero falar de injustiças que foram cometidas a alguns cidadãos que foram censurados por postarem suas singelas opiniões em suas redes sociais.
A injustiça e censura a que me refiro foi a sofrida pelo Promotor de Justiça do Estado de São Paulo Rogério Leão Zagallo que por enquanto também é professor de Direito na Faculdade de Direito Mackenzie. Preso no trânsito durante o protesto da última quinta-feira o promotor fez um desabafo como cidadão em seu Twitter pessoal dizendo o seguinte: “Estou há 2 horas tentando voltar para casa mas tem um bando de bugios revoltados parando a Avenida Faria Lima e a Marginal Pinheiros. Por favor, alguém poderia avisar a Tropa de Choque que essa região faz parte do meu Tribunal do Júri e que se eles matarem esses filhos da puta eu arquivarei o inquérito policial. Petista de merda. Filhos da puta. Vão fazer protesto na puta que os pariu… Que saudades da época em que esse tipo de coisa era resolvida com borrachada nas costas dos medras”. Por essas poucas palavras em seu Twitter o promotor e professor Rogério Zagallo declarou que não mais fará parte do corpo docente da Universidade a partir do próximo semestre. Segundo ele, a Universidade decidiu não renovar o seu contrato.
O que podemos tirar de conclusão disso? Para mim esse é um gesto de violência, covardia, censura e injustiça com o professor Rogério, ou seja, milhares de pessoas podem fechar avenidas, atear fogo em lixo e pneus, quebrar vidraças de bancos, estações de Metrô, cometer todos os atos de vandalismo possíveis que está tudo bem, a polícia não pode fazer nada além de soltar umas bombinhas de gás e dar uns tirinhos de borracha para conter a manifestação, afinal, eles tem essa liberdade garantida constitucionalmente. Mas como fica esse 1 cidadão que após se expressar em seu perfil pessoal no seu Twitter logo em seguida já recebeu uma censura silenciosa por parte da Universidade Mackenzie? A quem ele vai recorrer para inverter essa atitude ditatorial e totalitária do Mackenzie que simplesmente decidiu não renovar o contrato do professor? Isto é, milhares podem quebrar tudo mas uma pessoa não pode colocar sua opinião no Twitter. Que democracia é essa que estamos vivendo? Como costumo dizer sempre, o Brasil está mesmo perdido!!!
Digo isso porque eu mesmo já fui vítima de uma censura silenciosa igual a sofrida por Rogério Zagallo. Por questões óbvias não irei mencionar o nome da Universidade, mas como vocês sabem sou professor convidado de várias universidades para palestrar sobre Marketing Digital, Mídias Sociais entre outros assuntos, mas enfim, meses atrás recebi um telefonema de uma professora dessa Universidade que não citarei o nome me dizendo que houve reclamação de alguém covarde que até hoje não descobri ao certo quem foi me relatando que meu perfil pessoal no Facebook não condizia com as orientações e instruções que ministrava em minhas palestras. Apenas pelo fato de ter me expressado politicamente de modo mais austero e por ter tido a interação de vários amigos no Facebook comentando o assunto, numa bela manhã de segunda-feira recebi essa ligação indigesta. Nunca em minha vida me senti tão censurado e violentado em meu direito de livre expressão, ou seja, só porque somos pessoas públicas, porque somos professores, não temos o direito de ter um pensamento crítico? Não é isso que as Instituições de Ensino querem de nós pesquisadores? Um pensamento crítico? Pois é meus caros leitores, mas a vida real não funciona assim, precisamos andar engessados seguindo a cartilha dessas Instituições que se dizem formadoras de opinião.
Tudo bem que muitos irão dizer que o professor Rogério estava incitando o crime quando mandou a tropa de choque matar que ele arquivaria o inquérito. Mas será que as pessoas são tão burras assim para levarem tudo ao pé da letra? Não perceberam que foi uma forma de expressão do Rogério de desabafar em seu Twitter pessoal o caos que ele estava passando naquele momento? Agora o professor Rogério por esse comentário em seu Twitter virou notícia no Jornal a Folha de São Paulo entre outros ao lado das notícias sobre a manifestação desses vândalos. Pois bem. Colocaram o professor Rogério em pé de igualdade com os manifestantes. Fizeram dele um bandido igual ou pior que esses animais. Manifestantes sem causa, sem ideologia, que não passam de massa de manobra de alguns movimentos estudantis e sindicatos. Transformar a cidade de São Paulo em um pandemônio porque a passagem de ônibus subiu R$0.20 centavos? Quer dizer que R$3,00 reais é barato, mas R$3,20 é caro. Qual será o real jogo de interesses políticos desses líderes de manifesto?
É preciso mudar essa ideologia comunista e socialista que vem desde a educação pública fundamental nesse País, onde todos acham que tem direitos a tudo e a todos. Não se constroem cidadãos críticos para a vida. Ao contrário dos americanos aqui no Brasil não se ensina e não se deixa o brasileiro por seus próprios meios de trabalho conseguir chegar a lugar algum. Os impostos que não nos deixa trabalhar. A ideologia do ensino atual nos faz acreditar que temos direito a ficar pendurados no Bolsa Família e que o concurso público é o único meio de vida possível. Num país onde Paulo Freire é considerado o papa e o Neymar é motivo de histerias por parte de menininhas que se auto-intitulam neymarzetes, boa coisa não podia dar.
Um ótimo Domingo e um excelente início de semana a todos vocês!!!
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